19 de julho de 2016

Antes tarde do que nunca. À luta!


Henfil



Samba Enredo 1988 Mangueira (RJ)  
Compositor(es): Hélio Turco, Jurandir e Alvinho                                 

Cem anos de liberdade, realidade e ilusão

O negro samba, o negro joga a capoeira
ele é o rei na verde-rosa da mangueira
Será...
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a Lei Áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei...
Que Zumbi dos Palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor...
eis a luta do bem contra o mal...contra o mal
que tanto sangue derramou
contra o preconceito raci
al
                                                           Colegas profissionais da educação, nos últimos anos, desde da implantação das cotas em universidades públicas para negros ou afro descendentes, se falar em ser negro ou admitir a existência de negros no Brasil, é  correr o risco de ser acusado de  ter um discurso racista por determinado segmento da sociedade, em especial, daqueles que possuem o poder de influenciar os outros, os tais formadores de opiniões sociais.
     Para ilustrar esse assunto comecei com duas informações  lúdicas, um cartum de Henfil dos anos setenta e o samba enredo campeão do Carnaval, da Mangueira  de 1988 – Cem anos da Abolição da Escravidão _
     Poderia colocar aqui a letra da música “Haiti” ou as fotos das últimas incursões policíais nos guetos negros, morros e favelas.
Hoje assistimos embasbacados e revoltados com  o genocídio da juventude negra,.Onde agentes da lei atiram e matam. Forjam a resistência à voz de prisão dada aos jovens negros;com o intuito de justificar a chacina.
Jovens, que se encontram numa faixa etária de onze a vinte um anos de idade.

     A pergunta que não quer se calar: O que mudou na situação social dos negros desde a abolição da escravatura?
     Desde a implatação da abolição nesse país, na qual a  maioria da população é formada por negros, a situação socio-econômica desta parte da sociedade vem sendo marginalizada e que é sempre preterida nas ações governamentais, voltadas para o social.
Haja vista, o ministério do governo Temer formado somente por: homens brancos, profissionais universitários e ricos.
     A partir da incursão na realidade deste setor de brasileiros(pobre e negro), que se viu a necessidade de melhorar  a situação desses irmãos. Mas isso tem que ser de uma só vez, não dá para ser feito escolhendo uns, em detrimentos de outros e nem esperar mais tempo. Pois,muito já se foi esperado e tantos outros já foram culpados por esta sina. Ela tem que ser quebrada, mudada e já.
    As riquezas deste país assim como as universidades públicas são criações dos trabalhadores e nada mais justo de que nos bancos  universitários públicos estejam os filhos desses trabalhadores, tão sacrificados e sacaneados pelos senhores do poder.
   O negro, em sua maioria, faz parte de um setor social mais esculhambado, esquecido e massacrado. Se faz preciso  começar  a reparação por todos os danos sócio-econômicas a ele acometidas. Essa foi, é e será sempre uma luta do movimento negro brasileiro. Pois, toda esta situação se resume numa única palavra: racismo.
    Não vamos ficar falando em pobreza e falência do ensino básico público, para mais uma vez esconder a verdadeira situação do negro na sociedade. Pois, o negro é pobre e estuda em escolas públicas. Aqui, não podemos deixar de mencionar o EJA, onde encontramos um nítido corte racial, social e classista. Negros, trabalhadores assalariados e,ou desempregados e pobres.
 Com tudo isso junto, se faz necessário uma política educacional comprometida, politicamente, com a justiça, a igualdade e a solidariedade entre os educandos e os educadores. .
    Será interessante que daqui alguns anos, tenhamos não só professores, mas também médicos, dentistas, engenheiros, advogados, agrônomos e etc  negros formados por universidades públicas, através da conquista  cotista.
Uma reparação com mais de cem anos de atraso.
     Concluindo, ser negro não é só uma questão de pele, epiderme.Mas, é ter uma  atitude política à favor de uma sociedade igualitária e mais justa.
      Axé Zumbi de Palmares!!!!!

  




C

2 comentários:

  1. Nossa grande ativista,militante NEGRA,LÉLIA GONZALEZ disse e muito bem:o Negro dormiu ESCRAVO e acordou VAGABUNDO. Já acordamos e por isso como disse TAIS ARAÚJO, ontem não tínhamos como falar; hoje falamos e somos chatos. Sejamos NEGRAS CHATAS, NEGROS CHATOS. SEjamos NOS.

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  2. Nossa grande ativista,militante NEGRA,LÉLIA GONZALEZ disse e muito bem:o Negro dormiu ESCRAVO e acordou VAGABUNDO. Já acordamos e por isso como disse TAIS ARAÚJO, ontem não tínhamos como falar; hoje falamos e somos chatos. Sejamos NEGRAS CHATAS, NEGROS CHATOS. SEjamos NOS.

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